FaceApp é a sensação do momento: o pior é o que está “por trás”

FaceApp é a sensação do momento: o pior é o que está “por trás”

15 Julho, 2019 1 Por Joel Pinto

O FaceApp é definitivamente a aplicação do momento. É só abrir as redes sociais e somos inundados de simulações de como seremos daqui a uns bons anos. Não seria correto da minha parte dizer que não é uma aplicação engraçada, e que o resultado final não aparenta ser espetacularmente realista.

Mas quais os riscos de usar o FaceApp?

Quem de vós já instalou esta aplicação e a utilizou? Certamente todos ou quase todos os que estão a ler estas linhas. Mas e quantos leram os termos da aplicação? Duvido que alguém tenha lido. Mas dei-me a esse trabalho e vou passar a explicar por palavras fáceis de entender o que lá está escrito.

A intenção da aplicação parece-me ser muito clara, e os programadores nem tentam esconder isso, simplesmente confiam na ingenuidade das pessoas para levar a àgua ao seu moinho… e já o conseguiram, a aplicação já é viral, e milhões de utilizadores a utilizam/utilizaram.

A política de privacidade da aplicação é muito clara, e os criadores da aplicação especificam que os utilizadores, ao descarregarem a aplicação, estão a concordar em fornecer “diretamente” fotografias e outros materiais que publicam através daquele serviço, assim como todo o seu histórico de navegação.

Agora ficou assustado? Pois, mas está lá escrito

“Usamos ferramentas de análise de terceiros para nos ajudar a medir o tráfego e as tendências de uso do serviço. Estas ferramentas reúnem informação enviada pelo seu dispositivo ou pelo nosso serviço, incluindo as páginas web que visita, add-ons, e outra informação que nos ajude a melhorar o serviço. Reunimos e usamos esta informação analítica juntamente com informação analítica de outros utilizadores, para que não possa ser usada para identificar qualquer utilizador individual em particular”

Mas ainda há mais, os criadores da aplicação sublinham que poderão ser usados cookies e “tecnologias semelhantes” para recolher informação sobre a forma como os indivíduos utilizam a FaceApp e de maneira a fornecerem ao utilizador outras funcionalidades, assim como anúncios publicitários direcionados.

Se este ultimo paragrafo é normal, pois ninguém dá nada a ninguém, e para ter uma aplicação de forma gratuita, os programadores têm de ter outras formas de obter receitas… e é aí que entra a publicidade.

Mas a primeira parte é uma clara indicação de que os dados recolhidos servem para alimentar a sua “maquina” de inteligência artificial, e estamos a falar de uma aplicação Russa. Não vos assusta? Devia. Está para ser provado (já não deve faltar muito), que os Russos foram os principais responsáveis para eleição de Donald Trump a presidente dos EUA. Como? Informaticamente tudo é possível, e em breve tudo será revelado.

 

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مرحبا معكم جدتكم جو ياسمينا 💐 #FaceApp

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Mas ainda há mais: as informações do ficheiro de registo (habitualmente chamado de log file) são também enviados automaticamente pelo browser. “Quando utiliza o nosso serviço, os nossos servidores registam automaticamente determinadas informações do ficheiro de registo, incluindo o seu pedido da Web, endereço IP, tipo de navegador, páginas de referência/saída e URL, número de cliques e a forma como interage com os links no serviço, nomes de domínio, páginas de entrada, páginas visualizadas e outras informações. Também podemos reunir informações semelhantes de emails enviados para os nossos utilizadores, que depois nos ajudam a monitorizar quais os emails são abertos e em que links os destinatários clicam”.

Ou seja, com a simples instalação dessa aplicação, os seus programadores passam a saber tudo a vosso respeito. Onde estão, por onde navegam, qual o vosso smartphone, páginas que mais visitam, quem mais contactam, e muito mais.

Se ainda assim acham que vale a pena o sacrifício da vossa privacidade, aqui fica:

https://play.google.com/store/apps/details?id=io.faceapp

https://apps.apple.com/br/app/faceapp-ai-face-editor/id1180884341

Joel Pinto

Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.