Inteligência artificial pode ampliar as desigualdades sociais

No passado mês de novembro a OpenAI lançou o ChatGPT, trazendo a última geração de tecnologias de inteligência artificial para o público em geral. Desde então, a IA tem estado no centro das atenções devido ao seu potencial impacto na sociedade e nas economias humanas.

Os economistas questionam-se sobre se essa tecnologia promoverá uma era de “luxo automatizado” para todos ou se acentuará as desigualdades existentes. E qual será o lugar do ser humano nesse contexto?

Primeira observação sombria: apesar dos avanços tecnológicos, a produtividade não aumentou nos últimos cinquenta anos. De fato, a participação do rendimento dos trabalhadores no rendimento total do seu país caiu, enquanto o crescimento da produtividade desacelerou. A inteligência artificial, como uma nova tecnologia, pode virar a maré? Os economistas seguem cautelosos relativamente a isso.

A IA está a espalhar-se rapidamente e requer um investimento de capital relativamente baixo, tornando difícil prever a sua trajetória futura. A infraestrutura necessária (dispositivos de computação, redes e serviços em nuvem) já está instalada, permitindo a rápida adoção da mesma.

A inteligência artificial pode mudar radicalmente a forma como fazemos as coisas em muitas áreas, da educação à privacidade e ao comércio global. No entanto, sem uma modelagem adequada dessas mudanças complexas e abrangentes, é difícil para os economistas fornecer previsões claras dos prováveis ​​impactos na economia como um todo.

No entanto, a má notícia é que todos os estudos económicos concordam que a IA aumentará a desigualdade. Assim, poderia enfraquecer as instituições, reduzir as bases tributárias e enfraquecer a capacidade dos governos de redistribuir a riqueza. Por outro lado, é improvável que a IA reduza o emprego geral. A tecnologia pode diminuir o rendimento do trabalho pouco qualificado e, portanto, aumentar as desigualdades na sociedade.

Inteligência artificial pode ser um grave problema para a sociedade

Caberá aos governos implementar políticas para reduzir as desigualdades de rendimento e oportunidade. Quanto ao controlo da inteligência artificial, poderia retardar a reestruturação económica e social, ao mesmo tempo em que permitiria um período mais longo de ajuste entre os “perdedores” e os beneficiários da tecnologia.

Nos modelos económicos tradicionais, os seres humanos são muitas vezes equiparados ao “trabalho”, ao mesmo tempo em que são agentes que contribuem para a otimização das técnicas produtivas. Mas se as máquinas podem não apenas executar tarefas, mas também tomar decisões e criar ideias, que papel resta para os humanos? É, por isso, essencial definir melhor o que é “humano” em economia para melhor compreender as novas características que a IA trará a este campo.

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