Especialistas criticam assinatura paga do Instagram e Facebook

Ontem revelei aqui que foi anunciado o Meta Verified, que mais não é do que uma cópia do Twitter Blue, ou seja, uma assinatura paga para ter uma certificação nas suas contas do Facebook e do Instagram. No entanto, os especialistas não acreditam no sucesso da mesma.

Para vários analistas de Wall Street, essa assinatura não será capaz de gerar receitas de curto prazo equivalentes às colossais somas retiradas das receitas publicitárias. “Não esperamos que o novo serviço de verificação de contas exceda 1-2% da receita total nos próximos 18 meses”, prevê Angelo Zino da CFRA. No entanto, insiste na necessidade de a Meta diversificar as suas fontes de receitas num momento em que a inflação pesa nas despesas dos anunciantes e em que o grupo de Mark Zuckerberg enfrenta uma concorrência acirrada no mercado publicitário online.

Para Dan Ives, da Wedbush Securities, lançar uma assinatura paga é uma aposta para a Meta. “Pode haver uma reação dos consumidores que nunca vão querer pagar um centavo pelo Facebook ou Instagram e essa mudança pode empurrá-los para fora”, disse ele. Especialmente porque o preço pode ser proibitivo para alguns: 11,99 dólares por mês para a oferta na Web e 14,99 dólares na aplicação móvel.

“Para a maioria dos utilizadores do Meta, seja no Facebook ou no Instagram, esta nova oferta provavelmente será recebida com um encolher de ombros cheio de indiferença”, antecipa Susannah Streeter, da Hargreaves Lansdown. O analista, porém, acha que pequenos negócios e personalidades de destaque podem ficar tentados a pagar para se proteger de hacks ou para obter mais visibilidade.

Meta Verified não vai ser uma mais valia para o Instagram e Facebook

Também houve muita reação para aumentar a proteção contra roubo de identidade como uma cobrança. “Dispositivos de segurança NÃO devem ser colocados à venda”, disse a especialista em segurança cibernética Kavya Pearlman, dizendo que isso criaria uma divisão digital entre os ricos e os menos afortunados. Ela defende que os chefes das gigantes da tecnologia lutem mais contra os golpistas e gastem menos tempo a cobrar aos seus clientes cujos dados pessoais já exploram.

Ainda mais sem rodeios, o Real Facebook Oversight Board, um grupo ativista anti-Meta, afirmou que “o Facebook agora quer [que os utilizadores financiem] o modelo prejudicial que alimenta todos os seus negócios”.

Joel Pinto

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Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.