Autoridades prendem o criador do Mobdro e Portugal esteve envolvido

Autoridades prendem o criador do Mobdro e Portugal esteve envolvido

10 Março, 2021 0 Por Joel Pinto

Há algumas semanas revelamos aqui que a famosa aplicação de streaming, Mobdro, deixou de funcionar sem ter havido qualquer anuncio dos motivos que levaram a isso. No entanto, não é difícil imaginar que o seu criador terá recebido alguma intimidação por parte das entidades competentes, que levou ao encerramento do serviço.

A verdade é que no passado mês de Fevereiro, a aplicação que contava com mais de 43 milhões de utilizadores, simplesmente deixou de funcionar. E agora, a Agência da União Europeia para Cooperação em Justiça Criminal revela, que após uma investigação, a polícia prendeu um indivíduo que estava ligado ao Mobdro. Alem desse individuo, que se acredita ser o seu criador, três outras pessoas foram detidas para interrogatório, tanto em Espanha como em Andorra.

Segundo a Eurojust, as investigações em torno do Mobdro começaram em 2018, e começaram após reclamações da Liga Espanhola de Futebol Profissional (La Liga), da Premier League e da Alliance for Creativity and Entertainment. A agência diz que o principal suspeito por trás da aplicação “usou domínios e servidores primários” para se ligar ilegalmente a serviços de streaming que operam legalmente, cujo conteúdo era disponibilizado na sua aplicação.

A Eurojust informa ainda que 43 milhões de utilizadores em todo o mundo fizeram o download da aplicação para assistir a conteúdo não licenciado, levando a lucros estimados de “pelo menos” cinco milhões de euros, para os seus criadores. A investigação que durou dois anos também revelou outras actividades ilegais de streaming. Por esse motivo, a Eurojust coordenou um “dia de acção” contra a aplicação, que levou a buscas em quatro locais, e removeu a possibilidade de Mobdro “voltar a carregado” através de plataformas, e servidores, em Espanha, Portugal e República Checa.

Criador do Mobdro detido pelas autoridades policiais

“Em Portugal, o Departamento de Investigação Criminal e Ministério Público de Lisboa e a Direcção da Polícia Judiciária de Lisboa apoiaram o dia de acção conjunta, com o apoio do Ministério Público Municipal de Praga e da Direcção Distrital de Polícia de Praga IV, Departamento de Análise e Cibercrime. ”

Embora o Mobdro esteja sob investigação desde 2018, há pouco menos de dois anos a aplicação já havia sido apresentada num relatório da Digital Citizens Alliance, ao lado de afirmações de que os utilizadores da aplicação estavam efectivamente a fazer parte de uma rede proxy.

Para quem não sabe, o Mobdro operava com um modelo suportado por anúncios, com os utilizadores que preferiam não ver os anúncios a ter a opção de se tornarem parceiros na rede Luminati. Isso significava que a largura de banda e os endereços IP dos utilizadores, podiam ser usados ​​legalmente pelos clientes da Luminati para diversas actividades na Internet… sejam eles quais forem.

Joel Pinto

Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.