
China força milhares de empresas de videojogos a encerrar portas
4 Janeiro, 2022A China continua a sua saga contra os videojogos, e desta vez a pressão está nos ombros dos estúdios de produção. Segundo as leis locais, cada jogo desenvolvido por um estúdio local, ou destinado a ser comercializado no território, deve primeiro obter a validação do Partido Comunista. Isso aplica-se em particular a jogos lançados para consolas e PC, mas também para jogos para plataformas móveis.
Agora surgem informações de que os reguladores chineses deixaram de emitir novas licenças no passado mês de Julho. Um status quo que também deve continuar em 2022. Segundo está a ser revelado por um jornal local, o South China Morning Post, esta é a suspensão mais longa desde 2018. Desta vez, e diante de propostas “um pouco agressivas demais” dos estúdios de videojogos no primeiro semestre de 2021, os reguladores decidiram fazer uma pausa por tempo indeterminado. Pausa que pode, portanto, ser prolongada.
Por exemplo, desde o congelamento das licenças, nenhum jogo pôde ser enviado para a App Store chinesa ou actualizado. Por sua vez, a Apple foi forçada a retirar da sua plataforma os jogos chineses que não obtiveram a sua licença (ou renovação) desde Julho de 2020.

Empresas chinesas de videojogos começam a fechar portas
Uma decisão que obviamente tem consequências. Desde Julho de 2021, cerca de 14.000 empresas chinesas ligadas a videojogos foram forçadas a fechar as suas portas, noticia o jornal através de um estudo publicado sexta-feira pelo jornal estatal Securities Daily. Um número que sobe se o compararmos com as 18.000 empresas que deixaram a indústria em 2020. Note que esta crise faz-se sentir em todos os sectores do entretenimento na China, tanto a ByteDance (dona da TikTok) como a Baidu e a Tanwan Games foram forçadas para despedir maciçamente funcionários dos seus departamentos de jogos, mesmo que isso signifique investir no exterior, onde o mercado é menos repressivo.
Oficialmente, a China quer suspender as novas licenças para proteger os mais jovens do vício em ecrãs, considerado um verdadeiro flagelo no país. Essa repressão também pode estar ligada às recentes decisões do governo de promover jogos mais alinhados ao ideal chinês, não promovendo comportamentos violentos, nem títulos japoneses, e menos ainda de figuras masculinas consideradas muito afeminadas.

Joel Pinto
Fundador do Noticias e Tecnologia, e este foi o seu segundo projeto online, depois de vários anos ligado a um portal voltado para o sistema Android, onde também foi um dos seus fundadores.